quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Palms «Palms»




Das cinzas de uma das bandas mais influentes do panorama da música atmosférica dos últimos anos, nasceram os Palms. Basicamente, Jeff Caxide, Aaron Harris e Bryant Clifford Meyer – todos eles  antigos membros dos lendários Isis – estavam fartos de não fazer nada em termos musicais e, como a vida de um músico profissional se resume precisamente a fazer música, convidaram Chino Moreno (Deftones) para formar um novo (super) grupo.

No site oficial da banda, Harris explica que «tudo aconteceu de forma natural, provavelmente porque já tocamos juntos há tanto tempo, e as coisas foram surgindo naturalmente. No entanto, não queríamos fazer algo instrumental: queríamos voz, só não tínhamos a certeza de quem seria esse vocalista inicialmente». Ora, Chino Moreno parece ter o perfil ideal para esta aventura celestial de contornos atmosféricos, onde o belo e o transcendente se fundem com o peso emocional do instrumental que os ex-Isis já nos habituaram no passado. 

A viagem espacial entrelaça-se com algumas influências musicais que seriam expectáveis vindo destes músicos e, grosso modo, a dinâmica vocal de Chino Moreno varia entre o limpo do shoegazing/dream pop e o agreste vocal aplicado em certos temas mais pesados dos Deftones – prevalece mais a vertente limpa ao longo do disco, diga-se -; instrumentalmente, apesar de inegavelmente existir uma base familiar que sustenta o trabalho destes músicos em Isis, a abordagem incide e desdobra-se sobretudo sobre a componente melódica e atmosférica, componente esta que se adequa mais ao perfil vocal de Chino Moreno – basta ouvir o primeiro tema Future Warrior para se chegar facilmente a essa conclusão.

A música presente em Palms  é incrivelmente relaxante, apaziguadora, suave e bela, uma espécie de viagem paralela ao mundo encantado de Alcest, por exemplo. Os 47 minutos deste longa-duração carecem de uma maior variedade entre si, ainda que os seis temas aqui presentes possam ser encarados como um só.   

8/10

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