quarta-feira, 5 de junho de 2013

Craig Clevenger «Dermaphoria»




Depois do sucesso de um romance que surpreendeu a maioria da crítica independente, The Contortionist’s Handbook, o texano Craig Clevenger esteve longe de criar consenso através deste Dermaphoria.

Mantendo a linha do thriller noir do debut, este romance de 2005 centra-se em Eric Ashworth, um químico ao bom estilo de Breaking Bad, que “cozinha” um novo híbrido de LSD e meta anfetamina e que após ingerir uma boa dose industrial da sua droga, entra em coma e acorda amnésico na cadeia. Eric não se recorda de muito do seu passado, mas imagens distorcidas e alguns flashbacks recordam-no de Desiree, uma stripper com quem ele namorou, e de distribuidores com quem o nosso protagonista fez negócio. Para adensar a narrativa, há um advogado de defesa, um polícia, Toetag, Manhattan White e alguns personagens misteriosos que ajudam Eric a recuperar fragmentos do seu passado.

Escrito numa prosa original e com descrição visual agradável, Dermaphoria apresenta um mundo completamente noir e em estilo puzzle onde é quase impossível descobrir quem está a dizer a verdade e a mentira e se a acção narrada aconteceu de facto ou se não passou de uma alucinação da personagem; os sentimentos humanos não abundam por estes lados, mais parecendo o mundo frio e mecânico do futurista Blade Runner – ainda que o tempo seja o presente.

Apesar dos bons predicados e do estilo filme noir, Craig Clevenger  esteve longe de me convencer com este Dermaphoria; talvez porque as expectativas eram elevadas, ou porque o romance se torna confuso por variadas vezes, fico a aguardar por um digno sucessor de The Contortionist’s Handbook.
Nota: esta crítica foi baseada na leitura da obra no seu idioma original, o inglês.

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