quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Robert Fisher «O Cavaleiro da Armadura Enferrujada»


Era uma vez um cavaleiro que salvava donzelas em apuros e matava dragões enormes. Este cavaleiro não tirava a sua armadura uma vez que fosse, nem mesmo em casa perante a sua esposa e o seu filho, pois estava de tal forma apegado à armadura que o seu ego o cegava perante aqueles que queriam o seu bem.

Este cavaleiro, que espalhava luz e espanto por onde passava, viu-se metido numa encruzilhada: quando deu por si, a sua armadura estava presa ao seu corpo e não havia forma de a tirar, nem mesmo com a ajuda do ferreiro da aldeia, que era um dos homens mais fortes do reino. A sua esposa e o seu filho desconfiavam que era o próprio cavaleiro que não queria tirar a armadura, mas não era assim, pois o metal não saía pela força. Então, e pressionado pela sua família – que o fez ver que os as batalhas eram mais importantes para ele do que a própria esposa e filho – o cavaleiro partiu em busca de algo que o ajudasse a sair da armadura; na floresta encontrou Merlin, o mago, que o enviou numa missão de descoberta: o cavaleiro teria que perder o medo e assim descobriria quem ele realmente era, libertando-se da armadura. Para terminar a missão, o cavaleiro teria que passar por três castelos: o Castelo do Conhecimento, o Castelo da Verdade e o Castelo do Silêncio.

A metáfora aqui é simples e fácil de explicar: o cavaleiro vivia tanto para os outros, preocupado com o que eles acham dele e do poder que a armadura que conferia, que acabou preso nela. Agora mal consegue comer porque o elmo e a viseira estão coladas à cara e vai perdendo o amor daqueles que verdadeiramente o amam. 

Pode parecer um mero conto para crianças, mas a verdade é que este pequeno livro é uma fonte enorme de sabedoria e reflexão. O Cavaleiro da Armadura Enferrujada pode muito bem se encontrar nas secções de auto-ajuda nas livrarias, mas para mim é uma enorme fábula que lida com os nossos medos e egos. Uma vez perdidas as máscaras/armaduras, saberemos quem realmente somos.

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