domingo, 16 de setembro de 2012

Pedro Juan Gutiérrez «Animal Tropical»


A expressão “coçar a micose” foi a melhor forma que consegui encontrar para descrever a escrita e o livro deste escritor/pintor/jornalista cubano – um dos melhores da América Latina, rezava a crítica. Neste romance quase-auto-biográfico, temos uma personagem principal com o mesmo nome do autor que vive também ela em Havana, Cuba, e que gosta muito de sexo depravado e de amar muitas mulheres ao mesmo tempo.

Inovador, não é? E o que faz este escritor/pintor/jornalista para passar o tempo? Aliás, como é o seu dia-a-dia? Pedro Juan, o don juán, passa a segunda-feira da mesma forma que o domingo: toma café, fuma, apanha a bebedeira, masturba-se e faz sexo com qualquer mulher que se cruze com ele… e de facto o homem é mesmo um Camões: nenhuma lhe diz que não. Todas elas ficam com tantos calores, que vão de imediato para a cama com ele. É assim o Pedro Juan.

E que mais há para contar sobre a narrativa? Bem, o espaço é Cuba e Suécia, e o tempo é o final dos anos 90. A nossa personagem tem namoradas em Estocolmo e em Havana, mas já “comeu” mulheres “belas” e com “grandes mamas” em todos os países que já visitou – não fosse ele um pinga-amor, lá está. A descrição e o detalhe dos acontecimentos e das mulheres é enorme, Pedro Juan Gutiérrez é tão minucioso que vai ao ponto de nos contar em detalhe o odor vaginal das suas amantes. Umas cheiram a peixe, outras a pêssego, outras a queijo. Só faltou mesmo indicar se era robalo, pescada, pêssego careca e queijo feta ou limiano. Pois.

Em termos de escrita, a cada duas linhas há uma erecção ou um elogio à sua enorme e jovial ferramenta. E é isto. Um livro a evitar a todo o custo – quero os meus 5€ de volta, por favor.

2 comentários:

  1. Este livro mostra de há um leitor ha perplexidade, que de fato assume uma postura compatível a realidade de forma astuta e depravada nós traz a imagem de Pedro Juan Gutiérrez , vida ativa!

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