domingo, 13 de novembro de 2011

Falloch «Where Distant Spirits Remain»


O início dos anos 90 marcou uma era musical que ficou a ser conhecida por “dark metal”, que resultava da mistura de estilos agressivos com um toque melancólico do doom ou até mesmo do gothic metal. My Dying Bride, Paradise Lost e Katatonia foram três destes exemplos que mais sucesso mainstream obtiveram, muito à custa de Dance of December Souls, Gothic e Turn Loose the Swans; mais tarde, os Opeth surgiram com Orchid  e a aproximação clara ao metal progressivo, os Agalloch mostraram que os Joy Division são mais que compatíveis com o metal no seu “debut” Pale Folklore e os Thanatoschizo lançaram um fenomenal lançamento nesta área vanguardista, deu seu nome InsomniousNightLift.

Formados em 2010, os Falloch são um duo da cidade de Glasgow, formado por Andy Marshall e Scott McLean e seguem as pisadas da recente fama que Agalloch e Alcest têm vindo a gozar. A fórmula consiste na mistura de rock progressivo, neo-folk, black metal atmosférico e algum shoegaze à mistura, proporcionando momentos épicos e belos, mas tem um problema: só resulta quando bem trabalhado, algo que não se observa com sucesso nestes Falloch. A colagem a Agalloch começa no logótipo da banda, no “lloch” do nome e no som, na sua grande maioria, o que é triste, pois mesmo o último Marrow of the Spirit denotou perca de fulgor e criatividade por parte do conjunto de Oregon e estes escoceses conseguem fazer um trabalho ainda com menos brilho.

Where Distant Spirits Remain é um disco com bons temas e, no global, soa bastante homogéneo, e isso tem que ser ressalvado. O primeiro tema do disco, We Are the Gathering Dust, é dos mais fortes e apresenta boas ideias, nomeadamente no escasso recurso à batida black metal, nas quebras de rimo e os samples de água a descer nas nascentes e nos rios da paisagem escocesa ajudam realmente a criar uma sentimento de envolvência entre a música e o ouvinte… até ao momento em que os dedilhados acústicos repetitivos nos preparam para recta final e anunciam fugazes, algo desconexos, blast beats com que a canção termina. Os instrumentos de sopro – ou a sua emulação – estão presentes em boa parte do disco, como se verifica em Beyond Embers and the Earth ou na instrumental Horizons (esta com um grande toque celta), mas tentam muitas vezes ser uma via de escape à previsibilidade que predomina no disco.

A voz de Marshall é boa e denota talento, ainda que atinja um patamar demasiado limpo e polido, forçado e aborrecido nalguns momentos. Isto juntado ao instrumental simples e previsível que marca este álbum e o peso-pesado que dá pelo nome de Agalloch, tiram todo o brilho e potencial que Where Distant Spirits Remain poderia ter para oferecer. Enquanto o “hype” à volta do género durar, acredito que os Falloch consigam atingir sucesso; sem embargo, The Mantle ou Souvenirs d'un Autre Monde são alternativas muito, mas muito mais sólidas e satisfatórias.

5.5/10

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