segunda-feira, 18 de abril de 2011

Comeback Kid «Wake the Dead»


Recuando no tempo aproximadamente três décadas, Milo Goes to College e I Don't Want to Grow Up foram os dois melhores e mais influentes discos de hardcore punk melódico editados na década de 80 pelos The Descendents. Tinham a garra dos Black Flag, as músicas rápidas dos Minor Threat e a melodia pop digna dos grandes Ramones. 

Com o passar do tempo, o hardcore melódico esmoreceu um pouco e a aplicação do próprio termo passou a englobar bandas tão díspares como AFI, 30 Seconds to Mars, Poison the Well ou Comeback Kid. Estes últimos (sem qualquer tipo de desprimor pelos Poison the Well) carregam o legado dos dois álbuns referidos dos The Descendents e sabem aproveitar aquela classe única dos Gorilla Biscuits na mistura de alguns "riffs" típicos de metal com “breakdowns” e “sing-alongs” de Start Today

O excelente “debut” Turn it Around colocou a banda de Winnipeg, Canadá, no mapa e roteiro obrigatório da música hardcore. Graças ao sucesso do álbum, a banda foi convidada a assinar pela editora Victory Records (Carnifex, A Day to Remember, Integrity, Emmure, Between the Buried and Me, etc) que ainda no ano passado lançou Symptom + Cures. Wake the Dead é dos melhores trabalhos editados nos últimos anos de hardcore, seja ele de que subgénero for. As melhores malhas que a banda escreveu estão, na minha opinião, incluídas neste belo registo, avassalador do primeiro ao último segundo. Há aqui temas que ficam no ouvido logo à primeira audição, sem tirar nem pôr. O processo de composição e estrutura dos temas é simples e funciona na perfeição, acrescentando-lhe um certo aroma FM, devido às letras de fácil memorização e positivismo, ao grande (des)empenho do vocalista Scott Wade e aos coros de fundo que se fazem ouvir ao longo de vinte e seis minutos. 

O tema que dá título ao álbum é dos mais fortes e orelhudos do disco: contagiante, rápido (nota máxima para o trabalho do baterista Kyle Profeta), “breakdown” curto e discreto (excelente para o “slam dance”), e “sing-alongs” excelentes. Resumidamente, esta é a estrutura presente em todos os temas de Wake the Dead, de onde vale a pena destacar ainda os clássicos Partners in Crime, Our Distance (com participação de Russ Rankin, dos extintos Good Riddance) e Final Goodbye.

A juntar ao talento dos músicos e qualidade das canções, há que juntar e salientar a produção irrepreensível levada a cabo por Bill Stevenson (baterista dos… The Descendents). Composto por onze temas, este disco é um autêntico vício para os ouvidos.

8.5/10

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